Vera Ferro nasceu no Rio de Janeiro em 1947, viveu em São Paulo e desde 1989 reside em Campinas, SP. Sua paixão por arte começou na infância e desde cedo direcionou seus estudos e sua trajetória para as artes visuais .

Estudou na Fundação Armando Álvares Penteado- FAAP e freqüentou o Atelier de Gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo.(MAM)

Trabalha em muitas técnicas diferentes, utilizando vários materiais. Iniciou-se com aquarela, trabalhou com gravura em metal e gravura contemporânea, experimentando matrizes em diversos materiais.

Gosta de combinar técnicas, como, pintura , fotografia, desenho e colagens usando mapas e livros antigos.

Desde 2007 fotografa, apaixonada por imagens e buscando experiências híbridas com outras áreas da arte.

Vera não tem medo de experimentar novos caminhos. É movida pela curiosidade e a busca de surpreender-se, brincando com novos materiais, temas e formas. Passeou por vários temas em sua jornada: figurativos, geometrias poéticas, e atualmente a série Acqua – Espelho líquido, onde trata do movimento da água e seus reflexos, em óleos sobre tela e guaches.

Trabalha e orienta artistas em seu atelier desde 1987.

Participou de exposições individuais e coletivas, salões de arte, onde recebeu vários prêmios, possui obras em acervos de museus e de colecionadores particulares no Brasil e no exterior.

Na própria vida e em suas experiencias diárias ela encontra a fonte do seu trabalho, sempre evoluindo e transformando a si mesma.


O atelier Vera Ferro promove cursos de arte contemporânea, história da arte, filosofia, fotografia música e exposições virtuais.
mais informações abaixo:
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INFO
exposições individuais, coletivas, salões, premiações, aquisições, projetos sociais e especiais

 
 

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 Coerente olhar plástico

A maior busca de um artista está em conseguir uma impressão digital que permeie a maior parte de sua obra. Não se trata de um instante de vaidade, mas sim da manifestação coerente de um discurso sobre o mundo. Trata-se de uma poética que dialoga com cada série construída a partir das mais diversas motivações.

Nascida no Rio de Janeiro em 1947, mas radicada em Campinas, SP, Vera Ferro obtém essa vertente comum, embora se manifeste com variadas linguagens, principalmente a tinta a óleo, a aquarela e as colagens. Há nelas uma unidade presente na preferência pela sutileza das transparências e das cores rebaixadas.

Seja na construção de uma série sobre cordumes de veleiros ou nas imagens de ferramentas construídas a partir de fotografias e trabalhos em aquarela de instrumentos de seu falecido pai, ela consegue um mesmo efeito encantador pela maneira como porcas, parafusos, alicates e tesouras se articulam, traspassam e interpenetram.

A mesma proposta visual se faz presente nas obras inspiradas na cultura da Índia, de preferência naquelas em que a letra tem um valor primordial. A escrita de mantras atinge um primor técnico de modo que passa a se tornar imagem, num processo que resulta de aprimorada busca e conquista de recursos plásticos.

A criação de pensamentos visuais em O homem medieval contemporâneo, que lida com a analogia entre a segurança das armaduras, castelos e fossos medievais e a insegurança latente dos condomínios fechados, e em Cartas de amor em tempos de guerra, que parte de uma relação real entre apaixonados de 1917 a 1919, discute uma mesma poética, a da capacidade de sugestão superando o explícito.

É no implícito ainda que diversas obras de Vera Ferro atuam no mundo das cartografias reais e imaginárias. No processo de colagem de mapas e na sua pintura, aparece um mundo irreal, mas de ampla coerência interna, no qual duas obras se destacam: as que homenageiam Hamlet e Ofélia, célebres personagens de Shakespeare.

As tragédias que os unem, a da inadequação e da morte que os mitifica, encontram também ressonância no mergulho que a artista faz com crianças desaparecidas. As diferentes maneiras de lidar com esses retratos, em diversos suportes, alerta para a mesma questão que mobiliza a criadora carioca: a da impermanência.

Como um todo, o mundo visual de Vera Ferro apresenta uma intensa delicadeza para falar de duras realidades: a morte, a passagem do tempo e a solidão humana ganham diversas metáforas, que se consolidam por recursos plásticos tecnicamente utilizados com maestria, como a mencionada procura da transparência e a construção de uma poética lírica, mas que não perde a contundência de um sempre renovado e coerente olhar plástico sobre o mundo.

Oscar D’Ambrosio, jornalista e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA - Seção Brasil). 2009